Prepare o bolso: por que os celulares vão ficar mais caros em 2026
Escassez de chips e alta demanda por IA devem elevar o preço de smartphones em 2026. Saiba o que está por trás da alta e como isso impacta o consumidor.
Se você planejava trocar de celular no ano que vem, é melhor começar a juntar dinheiro mais cedo. Especialistas da indústria de tecnologia e empresas fabricantes alertam que os preços de celulares poderão subir em 2026, em muitos casos de forma significativa e não apenas no Brasil, mas no mercado global.
A razão principal não é apenas inflação ou dólar alto, mas uma crise de oferta de componentes eletrônicos, principalmente chips de memória (DRAM e NAND), que estão ficando mais escassos e mais caros, impulsionados principalmente pela explosão da demanda por inteligência artificial (IA).
1. Escassez de chips de memória: o motivo principal
Componentes como chips de memória (DRAM e NAND) são essenciais para qualquer smartphone moderno, eles armazenam o sistema, aplicativos e dados do usuário. Porém, esses chips também são indispensáveis para gigantescos data centers que rodam inteligência artificial e serviços de computação de alto desempenho.
Essa competição intensa entre setores está forçando fabricantes de chips a dar prioridade à produção de memória voltada para IA, que é mais lucrativa e estratégica. Com isso:
- A oferta de chips de memória para smartphones ficou mais limitada.
- Os preços dessas memórias dispararam, com aumentos que, em alguns casos, chegaram a mais de 20% a 60% em 2025 e devem continuar altos em 2026.
Em termos simples, há menos chips disponíveis para celulares, e os que existem estão com preços mais altos — e isso é refletido no preço final dos aparelhos.
2. A corrida pela inteligência artificial está mexendo com a cadeia de produção
Grandes empresas de tecnologia estão construindo data centers e investindo pesado em infraestrutura de IA, o que exige grande quantidade de memórias de alta performance. Isso está esgotando a capacidade produtiva dos fabricantes de semicondutores, como Samsung, SK Hynix e Micron, que também produzem chips usados em celulares.
Essa situação tem sido chamada por especialistas de “chip crunch”, um aperto no fornecimento que afeta não só smartphones, mas também laptops, servidores e outros dispositivos eletrônicos.
Na prática, isso significa que os fabricantes de celulares precisam pagar mais pelos componentes que conseguem adquirir e, em muitos casos, repassar esses custos aos consumidores na forma de preços mais altos dos aparelhos.
3. Preços podem subir até 20% no Brasil
No Brasil, executivos do setor já preveem que a crise de chips deve resultar em alta de até 20% nos preços de celulares e notebooks em 2026.
Isso é especialmente preocupante em um país onde os dispositivos eletrônicos já são conhecidos por custarem mais caro que em outros lugares do mundo, devido a impostos e taxas de importação. A adição de um aumento global de componentes pode elevar ainda mais os valores nas lojas brasileiras.

4. Impacto nos diferentes tipos de celulares
Embora a crise de chips afete a maioria dos modelos, os impactos podem variar:
- 📈 Modelos de entrada e intermediários: são os mais sensíveis ao aumento de componentes básicos como memória e armazenamento; podem ter grandes reajustes de preço.
- 📱 Flagships (top de linha): já possuem preços altos, mas podem manter margem de lucro maior mesmo com a alta de custos.
- 🍎 Marcas premium: podem tentar absorver parte do aumento para manter competitividade, mas é quase certo que preços finais também subirão.
Em mercados como o brasileiro, onde dispositivos intermediários constituem a maior parte das vendas, a alta dos preços deve ser sentida principalmente pelos consumidores que trocam de celular com mais frequência.
5. O que isso significa para quem quer trocar de aparelho?
Para quem estava planejando trocar de celular em 2026, há alguns pontos importantes:
✔ Comprar em 2025 pode sair mais barato: antecipar a compra ainda neste ano pode evitar parte da alta de preço prevista.
✔ Modelos usados podem ganhar apelo: o aumento nos valores dos novos pode fortalecer o mercado de usados e recondicionados.
✔ Negociar e pesquisar: comparar diferentes lojas e condições de pagamento será ainda mais essencial.
A alta dos preços não é inevitável para todos os modelos e parte dos ajustes pode depender de como as empresas negociarem com fornecedores e ajustarem suas linhas de produção. Mas o consenso entre especialistas é claro: os custos de produção estão seguindo uma tendência ascendente, e quem comprar smartphone em 2026 deve enfrentar preços mais altos do que em anos anteriores.

