Elon Musk diz que smartphones podem acabar em poucos anos e aposta em dispositivos guiados por IA
Em entrevista, Elon Musk afirma que smartphones podem desaparecer em até seis anos, substituídos por dispositivos guiados por IA.
O conceito de smartphone, que domina o mercado de tecnologia há quase duas décadas, pode estar com os dias contados. Pelo menos é o que afirma Elon Musk, CEO da Tesla, SpaceX e da xAI. Durante uma recente entrevista ao podcast Joe Rogan Experience, o empresário declarou acreditar que os celulares como conhecemos hoje deixarão de existir dentro de cinco a seis anos.
Segundo Musk, o futuro da computação pessoal não passa mais por aparelhos cheios de aplicativos, sistemas operacionais complexos e interfaces estáticas. Em vez disso, ele aposta em dispositivos extremamente simples, focados em tela e áudio, funcionando como terminais conectados diretamente a sistemas avançados de inteligência artificial.

Um novo paradigma: menos hardware, mais inteligência artificial
De acordo com Musk, esses novos dispositivos funcionariam como um “nó de IA na borda” (edge AI node) — basicamente um terminal que processa comandos localmente, mas depende de modelos de IA hospedados em servidores para entregar todas as funcionalidades.
Nesse cenário, apps deixam de existir, assim como plataformas tradicionais como Android e iOS. Tudo, desde mensagens e vídeos até navegação, recomendações e interfaces gráficas seria gerado dinamicamente por inteligência artificial, de acordo com o contexto e as preferências do usuário.
A ideia representa uma ruptura direta com o modelo atual de smartphones, baseado em ecossistemas fechados, lojas de aplicativos e atualizações constantes de software.
O impacto direto no Android, iOS e outros
Se esse cenário se concretizar, empresas como Google e Apple enfrentariam o maior desafio de sua história no setor mobile. Hoje, o valor dessas plataformas está diretamente ligado ao controle de sistemas operacionais, distribuição de apps e serviços integrados.
Um modelo totalmente orientado por IA reduziria drasticamente a importância desses ecossistemas, deslocando o foco para infraestrutura de servidores, modelos de linguagem, processamento em nuvem e edge computing.
Conteúdo digital também deve mudar radicalmente
Outro ponto abordado por Musk foi o futuro da mídia digital. Para ele, a maior parte do conteúdo consumido no futuro será gerada por inteligência artificial, incluindo músicas, vídeos e até filmes completos.
Em vez de catálogos fixos, o usuário consumiria conteúdo criado em tempo real, moldado por seus gostos, histórico e contexto. Essa transformação teria impacto direto em plataformas de streaming, criadores de conteúdo e na própria indústria do entretenimento.
Segurança digital e comunicação criptografada
Durante a conversa, Musk também afirmou que não existe aplicativo totalmente seguro, apenas diferentes níveis de vulnerabilidade. Essa visão reforça sua defesa por sistemas mais enxutos, com menos camadas de software.
Nesse contexto, ele confirmou avanços no XChat, um sistema de comunicação criptografado ponto a ponto que deve ser integrado à plataforma X. A proposta é oferecer mensagens privadas com maior controle sobre dados e segurança.
Hardware extremo e promessas ousadas
Além do debate sobre IA, Musk comentou rapidamente sobre outros projetos. Entre eles, a Starship, que segundo ele já alcança velocidades extremamente altas, e o novo Roadster da Tesla, descrito como portador de uma tecnologia “fora do comum”, capaz de redefinir expectativas no setor automotivo.
Embora poucos detalhes tenham sido divulgados, as falas reforçam o padrão do empresário de apostar em inovações disruptivas, tanto em software quanto em hardware.
O fim do smartphone é inevitável?
Apesar das previsões, especialistas do setor destacam que a transição para um novo paradigma tecnológico não acontece da noite para o dia. Questões como infraestrutura, custo, regulamentação e aceitação do público ainda são barreiras significativas.
No entanto, o avanço acelerado da inteligência artificial já vem pressionando o modelo atual de smartphones, que mostra sinais de maturidade e poucas inovações realmente transformadoras nos últimos anos.
Portanto, se as previsões de Elon Musk se confirmarem, o mercado pode estar prestes a vivenciar a maior mudança na computação pessoal desde o lançamento do primeiro iPhone, em 2007. Mais do que trocar de dispositivo, estaríamos mudando a forma como interagimos com a tecnologia.
Por enquanto, Android e iOS seguem dominantes. Mas o debate sobre um futuro sem smartphones tradicionais já está oficialmente aberto.
