Chip Quântico Chinês Zuchongzhi 3.0 Desafia Supremacia do Google

Chip Quântico Chinês Zuchongzhi 3.0 Desafia Supremacia do Google
Foto de Brian Kostiuk em Unsplash

A China acaba de dar um salto revolucionário na corrida pela computação quântica com o Zuchongzhi 3.0, um processador de 105 qubits que rivaliza com o Willow do Google e redefine os limites da velocidade computacional. Desenvolvido pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC), o dispositivo demonstrou capacidades que superam em seis ordens de magnitude os resultados anteriores, posicionando o país como protagonista na busca por avanços quânticos.

Arquitetura e Desempenho

O Zuchongzhi 3.0 utiliza qubits supercondutores organizados em uma grade bidimensional de 15 × 7, conectados por 182 acopladores. Essa configuração permite operações com fidelidade de 99,90% para portas de um qubit e 99,62% para portas de dois qubits, além de um tempo de coerência de 72 microssegundos. Em testes de amostragem de circuitos aleatórios (RCS), o chip processou 83 qubits em 32 camadas em centenas de segundos, enquanto o supercomputador Frontier levaria 5,9 bilhões de anos para replicar a tarefa.

Comparação com o Willow do Google

Embora o Willow tenha fidelidade ligeiramente superior (99,86% para portas de dois qubits), o Zuchongzhi 3.0 supera o rival em escala:

MétricaZuchongzhi 3.0Willow (Google)
Qubits105105
Circuitos RCS83 qubits × 32 camadas67 qubits × 32 camadas
Velocidade vs. clássico10¹⁵× mais rápido10²⁷× mais rápido

A equipe da USTC destacou que o chip é um milhão de vezes mais rápido que o Sycamore, predecessor do Google.

Impacto e Desafios Futuros

O avanço reforça a supremacia quântica – a capacidade de resolver problemas inacessíveis a computadores clássicos. Aplicações em criptografia, química quântica e ciência de materiais ganham destaque, mas a correção de erros permanece como o próximo grande obstáculo.

Enquanto o Zuchongzhi 3.0 consolida a liderança chinesa, especialistas alertam que melhorias em algoritmos clássicos podem reduzir a vantagem quântica, como ocorreu em 2019. A corrida, portanto, está longe de terminar – mas a China acaba de acelerar o ritmo.

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