3I/ATLAS: o cometa interestelar que pode revelar segredos cósmicos em 19 de dezembro

3I/ATLAS: o cometa interestelar que pode revelar segredos cósmicos em 19 de dezembro
Photo by Justin Wolff / Unsplash

Cometa interestelar 3I/ATLAS chega mais perto da Terra em 19/12/2025 — última chance de estudar sua cauda, composição e possível origem fora do Sistema Solar.

O cometa 3I/ATLAS — descoberto em 1º de julho de 2025 — está prestes a protagonizar um dos eventos astronômicos mais aguardados do ano. No dia 19 de dezembro de 2025, ele fará sua maior aproximação da Terra, numa distância de cerca de 270 milhões de quilômetros — ou aproximadamente 1,8 UA (Unidades Astronômicas).

Esse encontro representa uma janela final para os astrônomos, cientistas espaciais e amantes do cosmos poderem observar de perto um objeto vindo de fora do nosso Sistema Solar — algo que ocorre com extrema raridade. Desde sua descoberta, 3I/ATLAS vem acumulando dados surpreendentes; agora, o dia 19 promete ser decisivo para coletar o máximo de informações antes dele desaparecer rumo ao espaço interestelar.

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Por que 3I/ATLAS é tão especial

  • 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar confirmado a cruzar nosso Sistema Solar, depois de 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov.
  • Sua trajetória é hiperbólica, o que indica claramente origem fora da zona de influência gravitacional do Sol — ou seja: ele vem de fora do sistema estelar do qual partiu, provavelmente de outra estrela.
  • Estudos recentes indicam que a sua coma (a nuvem de gás e poeira ao redor do núcleo) é dominada por CO₂, com presença também de gelo de água, monóxido de carbono, compostos orgânicos e poeira — dados obtidos por espectroscopia do James Webb Space Telescope (JWST).
  • A emissão incomum desses gases e a química detectada sugerem que 3I/ATLAS pode ter passado por radiação cósmica intensa durante bilhões de anos — talvez formando uma crosta rica em carbono e materiais complicados. Isso faz dele um mensageiro químico de outro sistema estelar.

Em resumo: 3I/ATLAS carrega compostos que podem dar pistas sobre como são os materiais fora do Sistema Solar, um presente raro da galáxia para os cientistas.

Imagem Ilustrativa

O que esperar em 19 de dezembro

  • Maior visibilidade observacional — o cometa estará no ponto de aproximação mínima com a Terra, o que facilita observações de telescópios espaciais e terrestres.
  • Última chance de coletar dados antes da partida — depois do dia 19, o cometa seguirá rumo ao espaço interestelar, e seu brilho e visibilidade devem cair drasticamente.
  • Possível revelação de novos dados científicos — a expectativa é que observações combinadas (ópticas, infravermelho, radio, polarimetria) permitam mapear composição, estrutura da coma, caudas de gás/poeira, e talvez identifiquem materiais raros ou desconhecidos.
  • Engajamento global da comunidade astronômica — agências como NASA e ESA mobilizam telescópios, sondas e radares para captar o máximo possível desse visitante interstelar.

O que 3I/ATLAS pode nos contar

Composição química e origem

A detecção de CO₂ dominante, bem como compostos como gelo d’água, monóxido de carbono e compostos orgânicos, indica condições diferentes da maioria dos cometas do Sistema Solar. Isso levanta perguntas: será que 3I/ATLAS se formou em uma nuvem de gás e poeira semelhante à que deu origem ao nosso sistema? Ou em um ambiente muito mais frio, mais rico em gases voláteis?

Esses dados podem ajudar a entender como planetas e cometas se formam em outros sistemas estelares — informação crucial para astrofísica, astrobiologia e teorias sobre as origens da vida.

História de radiação e viagem interestelar

Estudos de polarização e entrada espectral sugerem que as camadas externas de 3I/ATLAS foram submetidas à radiação galáctica por bilhões de anos — o que altera a química superficial e pode indicar uma “crosta irradiada”. Isso revela mais sobre o ambiente entre estrelas e os perigos que objetos interestelares enfrentam durante sua jornada.

Comparativo com cometas do Sistema Solar

Como é apenas o terceiro objeto interestelar já catalogado, comparar 3I/ATLAS com cometas tradicionais ajuda a diferenciar o que é “normal” na nossa vizinhança cósmica e o que vem de fora, definindo padrões para futuras detecções.

Um presente raro da galáxia e da ciência

Em 19 de dezembro de 2025, 3I/ATLAS passará por nós — não como ameaça, mas como uma oportunidade científica ímpar. A chance de observar e analisar um corpo vindo de outro sistema estelar não aparece todos os dias.

Para astrônomos profissionais, amadores e curiosos do céu, o cometa representa um lembrete de quanto ainda há para aprender sobre o Universo. E, mais cedo ou mais tarde, novos visitantes interestelares cruzarão nosso caminho, com sorte já estaremos prontos para observá-los.

Se você gosta de astronomia ou apenas aprecia o mistério do cosmos, marque essa data: 19 de dezembro é dia de olhar para cima.

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