O governo dos EUA expressou preocupações em relação à G42, uma empresa de tecnologia com sede nos Emirados Árabes Unidos que está construindo uma rede de supercomputadores de IA de alto desempenho. A empresa é supostamente supervisionada pelo Xeque Tahnoon bin Zayed, dos Emirados Árabes Unidos, e tem conexões com empresas chinesas que os EUA consideram ameaças à segurança, como a Huawei. A G42 planeja usar o hardware CS-2 da Cerebras, que recentemente criticou a Nvidia por fornecer GPUs de IA e HPC para empresas chinesas, de acordo com uma reportagem do New York Times.
A G42 está construindo vários supercomputadores Condor Galaxy para IA baseados nos sistemas Cerebras CS-2. O supercomputador CG-1 em Santa Clara, Califórnia, promete oferecer quatro Exaflops FP16 de desempenho para modelos de linguagem grandes com até 600 bilhões de parâmetros e tem a capacidade de suportar modelos de até 100 trilhões de parâmetros.
O fato mais preocupante para o governo dos EUA é que o CG-1, embora localizado nos EUA, é apenas o primeiro de três supercomputadores de IA (CG-1, CG-2 e CG-3) baseados em hardware Cerebras. Além disso, a G42 e a Cerebras planejam lançar seis supercomputadores Condor Galaxy de quatro Exaflops em todo o mundo, e essas máquinas são motivo de suspeita para a CIA.
Sob a liderança do executivo-chefe Peng Xiao, a expansão da G42 foi marcada por acordos notáveis, incluindo uma parceria com a AstraZeneca e uma colaboração de US$ 100 milhões com a Cerebras para desenvolver o “maior supercomputador do mundo”. No entanto, relatórios confidenciais da CIA sugerem que o envolvimento da G42 com empresas chinesas, especificamente a Huawei, suscita preocupações de segurança nacional. A CIA acredita que a G42 corre o risco de agir como um canal para tecnologias e dados genéticos americanos sensíveis.
Xiao foi o foco da investigação dos EUA, mas as conclusões do documento da CIA sobre Xiao não estão claras. As autoridades dos EUA mantiveram discussões com autoridades dos EAU e instaram a G42 a se distanciar das empresas chinesas. Os EUA até sugeriram que podem impor sanções à empresa se esta continuar a se associar a entidades chinesas.
Dado que essas máquinas estarão fisicamente localizadas fora dos EUA e oferecerão um desempenho formidável, a CIA acredita que poderão ser utilizadas para treinar grandes modelos de linguagem para entidades chinesas. Como resultado, a G42 pode estar na vanguarda do conflito entre os EUA e a China. O G42 também é um instrumento importante na estratégia dos EAU para diversificar sua economia além do petróleo. Os EAU estão fortalecendo seus laços com a China e a Rússia e reduzindo sua dependência dos EUA.
A G42 recusou-se a comentar ao NYT sobre suas parcerias com a China e as preocupações dos EUA. Em um comunicado, o executivo sênior do G42, Talal Al Kaissi, destacou as colaborações tecnológicas globais da empresa, mencionando conversas com a Microsoft e o trabalho com a Cerebras. Al Kaissi enfatizou o compromisso do G42 em aderir às regulamentações dos EUA, continuando as discussões em curso com as agências dos EUA e fazendo parceria com empresas alinhadas com seus valores no desenvolvimento responsável da IA.