Na semana passada, informamos que Changxin Xinqiao recebeu ¥ 14,56 bilhões (aproximadamente US$ 1,99 bilhão) do Fundo de Investimento da Indústria de Circuitos Integrados da China – o Grande Fundo. A Bloomberg informou hoje que a empresa recebeu consideravelmente mais dinheiro, o que é um indicador de que o governo chinês continua a investir na produção de memórias commodities, apesar das sanções dos EUA contra o setor de semicondutores do país.
Acontece que a Changxin Xinqiao Memory Technologies levantou ¥ 39 bilhões (US$ 5,4 bilhões) do Fundo de Investimento da Indústria de Circuitos Integrados da China, Fase II, apoiado pelo Estado, e de dois investidores adicionais afiliados ao governo local da cidade de Hefei, no leste da China. O dinheiro será gasto na construção de uma fábrica que produzirá memória dinâmica de acesso aleatório (DRAM).
Dito isto, nem 1,99 mil milhões de dólares nem 5,4 mil milhões de dólares são suficientes para construir uma grande fábrica de DRAM de ponta, uma vez que as modernas instalações de produção de memória utilizam ferramentas caras que também são utilizadas para fabricar chips lógicos. Contudo, basta começar construindo uma fábrica e tendo investido US$ 5,4 bilhões, os investidores do projeto terão menos probabilidade de desistir, então a Changxin Xinqiao Memory Technologies provavelmente obterá sua fábrica em algum momento.
Deve-se notar que a Changxin Memory é gerenciada por Zhao Lun, que é presidente-executivo da ChangXin Memory Technologies (CXMT), outro fabricante de DRAM financiado pelo governo chinês. Entretanto, não está claro se as empresas são afiliadas ou se os seus investidores esperam que as duas empresas colaborem. Por exemplo, as duas empresas poderiam partilhar despesas de I&D.
O influxo de capital do Grande Fundo faz parte do objectivo contínuo da China rumo à auto-suficiência em semicondutores. Sendo a maior base mundial de fabricação de eletrônicos, a China consome muito mais memória do que produz, por isso faz muito sentido produzir memória DRAM e 3D NAND no país. Mas resta saber se estes fabricantes de memória chineses podem produzir produtos competitivos, e em volume suficiente, dado o facto de não poderem adquirir equipamento de ponta para fabricação de wafers de empresas americanas, holandesas e japonesas.