Wang Wentao, ministro do Comércio da China, se reuniu na semana passada com Sanjay Mehrotra, CEO da Micron, expressando seu apoio à expansão da empresa no país, de acordo com a Reuters. No entanto, ainda não se sabe se a proibição dos dispositivos de memória da Micron, utilizados em PCs de agências governamentais e infraestruturas críticas, será suspensa.
“Damos as boas-vindas à Micron Technology para continuar crescendo no mercado chinês e alcançar um desenvolvimento melhor, desde que estejam em conformidade com as leis e regulamentos chineses”, disse Wang.
A Micron é uma das empresas que não fabrica chips na China, mas possui extensas operações de embalagem no país. Os chips de memória 3D NAND e DRAM da empresa, fabricados em Cingapura e Taiwan, são embalados na China e distribuídos para fabricantes de módulos de memória e unidades de estado sólido, incluindo os melhores SSDs com interface PCIe 5.0 x4.
As operações da Micron na China são grandes. Em junho, a empresa anunciou planos de investir cerca de US $600 milhões adicionais em suas instalações e criar mais 500 empregos, elevando o número total de funcionários no país para mais de 4.500.
No entanto, apesar das grandes instalações que a Micron possui na China, o governo da China proibiu os chips da empresa após uma avaliação de segurança realizada pela Administração do Ciberespaço da China (CAC). A organização concluiu que os produtos da Micron “apresentam sérios problemas potenciais de segurança de rede, representando um grande risco para a cadeia de suprimentos de infraestrutura crítica do país”.
No entanto, o CAC não detalhou as ameaças de segurança exatas que os produtos da Micron representam e como um chip de memória pode afetar a confiabilidade das cadeias de suprimentos. Diante das preocupações com a segurança nacional, a proibição dos dispositivos de memória da Micron foi imposta imediatamente, resultando em uma queda nas receitas da empresa.
A ação da China em relação à Micron é amplamente vista como uma retaliação à tentativa dos Estados Unidos de restringir o acesso chinês a tecnologias de produção avançadas. Esse contexto de manobras geopolíticas também inclui os esforços dos EUA para persuadir seus aliados a limitar as exportações de equipamentos de fabricação de semicondutores para a China.
Nesse contexto, a conversa entre Wang Wentao e Sanjay Mehrotra reflete uma diminuição das tensões, ocorrendo em preparação para um diálogo planejado entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, durante a próxima cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em San Francisco, sinalizando um potencial distensão diplomática.