A NASA ativou os propulsores elétricos Hall da espaçonave Psyche, que agora está se dirigindo suavemente em direção a um asteroide rico em metal localizado no principal cinturão de asteroides além de Marte. A agência espacial afirmou que o Psyche está agora em modo “cruzeiro completo”, seis meses após o seu lançamento em 13 de outubro de 2023, através de um foguete convencional da SpaceX.
Durante o percurso, a NASA utilizou o Psyche para testar comunicações espaciais profundas baseadas em laser. A nave enviou um laser de comunicação de volta à Terra a uma distância de cerca de 16 milhões de quilômetros, o que representa um marco importante para a agência. Está previsto que a espaçonave alcance o seu alvo e homônimo, o asteroide Psyche, em 2029, onde orbitará por dois anos, coletando dados e transmitindo-os de volta à NASA. Os cientistas acreditam que o Psyche pode, na verdade, ser o núcleo de um planeta inicial, também conhecido como planetesimal.
A propulsão iônica é uma tecnologia relativamente nova, porém antiga para a NASA. A agência tem se dedicado ao desenvolvimento dessa tecnologia desde antes dos astronautas norte-americanos pisarem na Lua, tendo testado o seu primeiro propulsor iônico em 1964. Esses propulsores não possuem partes móveis; ao invés disso, geram impulso excitando partículas de xenônio e as impulsionando para fora do propulsor. Existem diversos tipos de propulsão iônica, incluindo os propulsores magnéticos Hall utilizados no Psyche. Em um artigo de 2018, o engenheiro-chefe da nave espacial Psyche explicou detalhadamente as diferenças entre esses e outros tipos de propulsores iônicos, como também outros tipos como jatos de arco e propulsores de microondas.
A NASA introduziu a propulsão iônica como principal forma de propulsão em uma espaçonave pela primeira vez em 1998, durante a missão Deep Space 1, cujo objetivo era testar diversas tecnologias avançadas para futuras missões interplanetárias. Em 2007, a missão Dawn tornou-se a primeira missão exclusivamente focada na ciência a usar propulsores iônicos, porém ficou sem hidrazina, o combustível utilizado para os propulsores de orientação. Sem este combustível, a comunicação com a NASA seria comprometida.
Apesar de não ser potente o suficiente para lançar uma espaçonave da Terra, a propulsão iônica é capaz de atingir altas velocidades ao longo do tempo. Atualmente, a NASA informa que o Psyche está viajando a 37 quilômetros por segundo, ou cerca de 135.000 mph, e espera-se que alcance 190.000 mph. Esses propulsores são valiosos devido à sua durabilidade e eficiência no consumo de combustível, o que os torna mais leves e ideais para uso em espaçonaves menores. Além disso, eles operam em temperaturas mais baixas quando em funcionamento.
Estas tecnologias avançadas demonstram o comprometimento e a inovação da NASA na exploração do espaço profundo e na busca por respostas sobre a origem e composição de corpos celestes como o asteroide Psyche. O uso de propulsão iônica e comunicações baseadas em laser representam avanços significativos no campo da exploração espacial e expandem as possibilidades de pesquisas futuras no universo.