Nos últimos anos, tornou-se bastante comum as empresas de tecnologia darem vida a uma função, serviço ou dispositivo baseado em filmes, séries, novelas e quadrinhos de ficção científica. Por exemplo, a popular série Black Mirror reforça essa tendência ao contra-atacar coisas que poderiam trazer o futuro próximo no mundo da tecnologiat. Considere, por exemplo, cães robóticos armados, que lembram notavelmente os atuais “animais de estimação” da Boston Dynamics ou da Xiaomi. Outra grande empresa pretende agora transformar em realidade o enredo de um dos episódiosque também é um dos mais eticamente contraditórios.
Amazon e seu assistente de voz inteligente Alexa tentam abertamente sintetizar e replicar a voz de pessoas mortasque, mesmo após a morte, podem se comunicar pelo alto-falante e pelo microfone. A empresa anunciou esses planos e também os demonstrou em sua conferência anual Machine Learning, Automation, Robots, and Space (re: MARS) sobre inteligência artificial e aprendizado de máquina.
Amazon re:MARS 2022 – Dia 2 – Palestra
“A inteligência artificial chegou a um ponto em que nossos sonhos e ficção científica se tornam realidade”, comentou o vice-presidente da Amazon, Rohit Prasad, em um vídeo (tempo 1:01:57) que captura o menino e a história gerada de sua falecida avó e que deixou a sala de conferências em grave silêncio. Prasad também mencionou que muitas pessoas perderam seus entes queridos durante a pandemia de covid e a IA tem a chance de aliviar a dor dessa maneira.
Exatamente uma ideia tão nobre estava logo no início do episódio Black Mirror em questão, no entanto, o impacto real na psique humana não se mostrou completamente positivo na série. A Amazon está se aventurando tecnologicamente muito interessantemas um projeto eticamente bastante duvidoso.
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Zdroj: acentral