O Airbnb encerrará seus negócios domésticos na China, marcando a retirada parcial de outra gigante de tecnologia ocidental do país.
Como a maioria de seus pares, a gigante do compartilhamento de residências está mudando seu foco para os negócios de saída da China. Google, Facebook, Twitter e similares não oferecem serviços aos consumidores chineses, mas são importantes canais de publicidade para os crescentes vendedores de comércio eletrônico orientados para a exportação do país.
O Airbnb está fechando seus segmentos domésticos e de experiências na China neste verão e se concentrando para atender ao crescente apetite do país por turismo de saída, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
A empresa americana tinha grandes esperanças quando entrou na China em 2016. Já foi uma escolha popular para turistas estrangeiros e chineses com educação ocidental que viajam no país. Mas essa população é, afinal, a minoria. Ao longo dos anos, o Airbnb enfrentou a concorrência crescente de rivais domésticos como Tujia, apoiado por seu próprio investidor, e passou por várias mudanças de gestão no topo.
Com o turismo da China interrompido pelo bloqueio intermitente desde 2020 “sem fim à vista”, o Airbnb decidiu que era hora de encerrar o negócio. “O segmento doméstico é caro e complexo de operar, e o COVID-19 agravou esses problemas e aumentou seu impacto”, disse a pessoa com conhecimento.
Desde 2016, as listagens do Airbnb na China registraram 25 milhões de chegadas de hóspedes, mas as estadias na China representaram apenas cerca de 1% da receita da empresa nos últimos anos. A empresa removerá cerca de 150.000 listagens na China como parte da paralisação, informou o New York Times.
O Airbnb está apostando na oportunidade de atender à demanda reprimida da China por turismo de saída assim que o país afrouxar as restrições de viagem. Quase 155 milhões de chineses viajaram para o exterior em 2019, em comparação com apenas 48 milhões há uma década, segundo dados compilados pelo Banco Mundial.
Mas ainda pode demorar muito para que o Airbnb experimente esse novo empreendimento. A China é um dos últimos países a aderiram às rígidas regras de fronteira COVID-19, limitando as viagens de ida e volta. A economia do país também deve desacelerar, o que pode continuar a prejudicar a confiança do consumidor mesmo após a reabertura das fronteiras.